Golpes com dados roubados cresce no Brasil

A cada 14 segundos, uma tentativa de golpe com dados roubados é registrada no Brasil

Levantamento foi divulgado pela Serasa Experian. Mais de 180 mil tentativas de fraudes com dados roubados foram registradas em julho.

Mais de 180 mil tentativas de fraudes com dados pessoais roubados foram registradas só no mês passado no Brasil. O levantamento foi divulgado pela Serasa Experian, esta semana, e mostra um aumento de quase 20% nesse tipo de crime no mês de julho.

É uma tentativa de golpe a cada 14 segundos. O grande problema é que os golpistas têm acesso aos dados de todas as pessoas com facilidade, já que a divulgação dessas informações não é crime no Brasil.

E tudo fica exposto na internet. Tem nomes, telefone, endereço e até números de documentos de muitos brasileiros, famosos ou não. A divulgação desses dados não é crime. Mas, o que golpistas fazem com essas informações é.

Nossa vida na internet para quem quiser ver. Sites recheados com nossos nomes, endereços, números de documentos. Em um endereço eletrônico, o Bom Dia Brasil encontrou o telefone de milhares de brasileiros.

Pode, segundo o advogado Renato Opice Blum. A lei não proíbe essa divulgação. E muitas vezes, nós mesmos fornecemos essas informações.
“Nós fazemos isso, muitas vezes sem o devido cuidado, muitas vezes sem a leitura daqueles termos de uso que nos clicamos sem ler e aquele dado, ele pode gerar um problema futuro, pode gerar um prejuízo. Na identificação não só da pessoa, mas do local em que ela trabalha, de onde ela mora, de quanto ela ganha”, afirma Renato Opice Blum, advogado especialista em direito digital.

Organizar um banco de dados com informações de cidadãos e divulgá-las não é crime, mas o uso de tudo isso pode ser criminoso. Muitas fraudes são praticadas a partir de CPFs, números de identidade e endereço conseguidos na Internet.
A analista de RH, Hilda Theodoro Santos, não perdeu os documentos nem foi roubada. Mas, em 2002, descobriu um cheque sem fundo no nome dela. E de um banco em que nunca teve conta.

Hilda limpou o nome mas, de lá pra cá, foi cobrada por um telefone que não comprou em São Paulo, por um empréstimo que não fez no Rio de Janeiro, por duas assinaturas de TVs a cabo em Fortaleza, que não contratou. E, agora, 12 anos depois do primeiro susto, mais uma surpresa.

Hilda Theodoro Santos, analista de Recursos Humanos: Eu descobri que tinha uma empresa no meu nome.
Bom Dia Brasil: Uma empresa aberta onde?
Hilda Theodoro Santos: Em São Paulo. No meu nome.
Bom Dia Brasil: Desde quando essa empresa está aberta?
Hilda Theodoro Santos: 1º de junho de 2012.
Hilda vai abrir um processo na Receita Federal para tentar cancelar o registro da empresa. Mas, nem se conseguir, vai ficar tranquila. “Porque vão continuar usando o meu CPF. Eu penso até em cancelar meu CPF e fazer outro, mas não é fácil”, diz Hilda.

O responsável pela delegacia de crimes eletrônicos de São Paulo diz que é difícil prevenir esse tipo de fraude.
“A gente não tem uma prevenção com relação ao uso da internet. Na verdade a gente trabalha com o caso concreto. Aconteceu, a pessoa foi vítima de algum tipo de crime na internet, nos procura. A gente, tomando conhecimento de que houve uma violação da privacidade de alguém, como eu disse, pela via indireta, a gente vai saber como é que aquela pessoa, onde é que está hospedado aquele site, se é no país, se é fora do país, como é que ele obteve esses dados, vamos comunicar o provedor, há uma responsabilidade do provedor também, se ele for no Brasil, de ele estar divulgando esses dados”, ressalta Ronaldo Tossunian, delegado de crimes eletrônicos do DEIC-SP.

No site mostrado na reportagem do Bom Dia Brasil, com os telefones, dados pessoais e endereços de milhares de brasileiros, também foram encontradas informações de artistas e autoridades. Ou seja, ninguém escapa de ter a vida exposta na internet.

Fonte: www.portaldaseguranca.com.br

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