Nova greve de policiais federais dura 72 horas

Policiais federais do Distrito Federal entraram nesta terça-feira (11) em uma greve de três dias durante mais uma mobilização nacional da categoria para pedir aumento salarial, reestruturação de carreira e novo concurso.
Nesta paralisação, eles também protestam por “segurança pública padrão FIFA”, afirmando que há servidores sem experiência operacional indicados por critérios políticos para planejar e coordenar as ações durante a Copa do Mundo.

A expectativa do Sindicato dos Policiais Federais do DF é de adesão de 70% da categoria na capital do país, o que corresponde a cerca de 800 profissionais. O grupo prevê uma passeata com policiais vindos de todas as partes do país nesta quarta, usando elefantes brancos infláveis para simbolizar o que chamam de burocracia e politicagem na segurança pública.

A categoria prevê se reunir às 14h desta terça em frente ao edifício sede da PF. A corporação disse que não se pronuncia sobre esse tipo de situação.

Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais afirma estar preocupada com a forma como o governo nacional tem se planejado para o mundial. A entidade representa sindicalmente 20 mil agentes, escrivães e papiloscopistas.

“Os agentes federais estão preocupados, pois a cúpula do governo aparenta estar mal assessorada, sem noção da realidade. Na tomada de decisões, policiais especializados e experientes em campo não são ouvidos. E devido às falhas gerenciais, o que se observa é uma tendência emergencial à militarização, com tanques e fuzis apontados para os brasileiros”, diz o texto.

Segundo o presidente da entidade, Jones Leal, as maiores fragilidades estão nas fronteiras e nos aeroportos. “Em todos os aeroportos e unidades de fronteiras brasileiras, sem exceção, não existe uma quantidade suficiente de agentes federais para cuidar do policiamento aeroportuário, de fronteiras e combate ao crime organizado. Em alguns aeroportos não tem nenhum. E, infelizmente, mais de 250 policiais federais abandonam a profissão todos os anos, pois a carreira tem sido duramente sucateada pelo governo.”

Apesar da paralisação de 72 horas, os policiais afirmam que o atendimento ao público não será afetado. A emissão de passaportes, por exemplo, segue ocorrendo normalmente. Apenas as investigações de longo prazo não serão realizadas nesta terça, quarta e quinta.

O Ministério do Planejamento informou que nos dois últimos anos a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8%, feita a todos os servidores públicos federais, e não fechou acordo com o governo. Também afirmou não ter margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, mas disse que está disposta a negociar com os policiais federais.

Fonte: www.portaldaseguranca.com.br 

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